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Com ou sem?

Presente em várias receitas natalinas, a uva-passa sempre divide opiniões durante a comemoração

Christiane Ayumi e Gabriela Martins


No Natal ela está sempre presente para surpreender aquele que, distraído, leva a colher à boca para degustar um delicioso salpicão. Ou talvez na tradicional farofa de banana, pronta para se misturar entre os diferentes sabores. Até mesmo no arroz, ela não perde a oportunidade de aparecer. Alguns podem achá-la intrometida por se colocar em lugares não tão tradicionais, mas ela, afrontosa, não se deixa abalar, sempre marca presença e não passa despercebida.

Farofa com uva-passa. (Foto: Gabriela Martins)


O corpo enrugado, diferentes cores e o característico sabor adocicado são as características mais marcantes dela, a uva-passa. Foi na região do Mediterrâneo que nasceu, em uma época em que a agricultura que conhecemos hoje não estava nem perto de ser criada. Secavam-se os alimentos para que pudessem ser conservados por longos períodos, as uvas caiam das videiras e acabavam expostas ao sol, resultando na nossa tão polêmica figura. 

Por seu tamanho insignificante acreditávamos que seu valor nutricional também era proporcional a sua dimensão, então nos surpreendeu quando o nutricionista, Ítalo Alves citou alguns dos benefícios para quem a consome. Entre eles estão, fortalecimento ósseo; controle de peso, já que  as fibras prolongam a sensação de saciedade; poder antioxidante; combate à anemia, por ser uma boa fonte de ferro, e melhora na saúde cardiovascular.

A uva-passa vangloria-se de suas inúmeras qualidades, de fato, ninguém estremece sua autoconfiança quando se fala de nutrição. A nutricionista Maria Eduarda Fonseca destaca outros benefícios. “Se você gosta da fruta, é uma ótima opção para ter no dia a dia, mas com a ajuda de um profissional nutricionista, para poder incluir as quantidades necessárias ideais para o seu organismo”. 

Seus atributos são de fazer inveja para qualquer um. Por ser desidratada, seus nutrientes ficam mais concentrados que na sua irmã, a uva in natura. Porém, junto a isso a concentração de açúcar também aumenta, em uma colher de sopa de passas pode-se encontrar 15 gramas de carboidratos e 54 calorias. Já a sua irmã, que costuma ser mais bem vista, conta com 17 gramas de carboidratos e 67 calorias em 100 gramas. Por ser pequena, seus fãs tendem a ingeri-la como petisco, o que pode ser prejudicial, caso consumida em excesso, por conta do alto índice calórico.

Mesmo com tantas pessoas contra ela, sua presença vip em festas de família continua intacta, sem previsão de ser esquecida. Isso porque, segundo fontes históricas que estudam a Roma antiga, antes mesmo do Natal ser uma data comemorativa, no calendário cristão, os romanos comemoravam o início do inverno, antes chamado de Natalis Solis Invicti. Nessa comemoração  secavam-se as frutas por conta das baixas temperaturas, isso acabou se tornando um símbolo de fartura. Foi associado à festa e está enraizado em nossa cultura até hoje. Para alegria de uns e tristeza de outros.


Ame ou odeie 


Alguns a amam, outros a odeiam, quando se trata dela, não existe meio-termo. Em uma única família, as opiniões a respeito dela podem ser extremamente distintas, o que acarreta discussões apenas por ela comparecer à festa. 

Em um desses jantares comemorativos, cercados por músicas e conversas, uma hater de uva-passa, a graduanda de relações internacionais Giovanna da Costa Jaber, sente em seu paladar a presença rugosa da uva. Imediatamente ela é arremessada ao prato, seguida de uma cara de desgosto. “Eu não gosto de uva-passa. Primeiro, porque acho a textura dela meio estranha e não sou fã de misturar doce com salgado. Sei que têm doces com uva-passa também, mas eu não curto por causa da textura, sei lá, me dá um negócio ruim se eu como alguma coisa com uva-passa sem querer, eu cuspo na hora”.

Outra situação ocorre na residência da vestibulanda Sara Rocha Nantes. “Eu sou hater de uva-passa, só não fico falando porque aqui em casa minha mãe é apaixonada, só vivo a minha vida normalmente tirando ela das receitas”. Do outro lado, a pedagoga Aline Rocha Nantes, mãe de Sara, reforça sua paixão pela fruta seca. “Eu gosto muito de uva-passa, como em qualquer comida, doce, salgada, não tenho preferência, gosto do gostinho doce que ela tem e da textura também”.

Já para a estudante Isabella Rezende Domingos, a fruta é como purpurina, contamina tudo que toca. “Tudo que você coloca ela fica com gosto de uva-passa, além de ter um gosto horrível”, afirma com convicção.

E pra você, é com ou sem uva-passa?

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