Do passado ao presente: o ressurgimento do neonazismo
- lauras05
- há 3 dias
- 2 min de leitura
Em 2022, estimava-se um crescimento de 258% em núcleos extremistas

Jamille Gomes e Sophia Lescano
Na última década, organizações nazistas têm se propagado rapidamente, especialmente online, e levantado uma nova onda de adeptos. Com dados alarmantes, um questionamento central se instala: "Onde se escondem tantos extremistas?". O fato é: eles não se escondem.
Como toda ideologia totalitária, os grupos neonazistas defendem vigorosamente o direito à “liberdade de expressão” e repudiam leis que proíbem o uso de símbolos e referências originados no regime alemão. O neonazismo, disfarçado de "liberdade" e "nacionalismo", carrega a marca de uma das maiores tragédias da história: o Holocausto. Entre 1941 e 1945, o regime de Adolf Hitler exterminou seis milhões de judeus, além de milhões de ciganos, pessoas com deficiência, homossexuais e prisioneiros de guerra soviéticos.
Dar direito à propagação de regimes que já causaram genocídio brutal representa não só uma desonra às vítimas como também ameaça à convivência pacífica.
O ódio viralizado
O fácil acesso a organizações de ódio alerta para a retomada da normalização de discursos racistas, antissemitas e xenofóbicos. No X, antigo Twitter, uma rápida pesquisa com palavras-chave já apresenta como resultado contas relacionadas a esses núcleos.
Apesar de a legislação apresentar punições severas aos crimes de apologia ao nazismo, o mundo digital se encontra fora desse universo: estão protegidos por contas falsas, endereços forjados e escudos imaginários — muitas vezes oferecidos pelas próprias plataformas.
O neonazismo tem se aproveitado da vulnerabilidade emocional dos jovens para expandir suas ideologias, oferecendo uma sensação de pertencimento e propósito que muitos buscam em tempos de crise social - não é coincidência que era esse o panorama da Alemanha durante o período de ascenção nazista. O processo de radicalização, particularmente nas redes sociais, tem sido uma das principais vias de recrutamento, explorando o vazio existencial de adolescentes.
O recente caso de um garoto de 16 anos que matou quatro pessoas evidencia como esses grupos têm manipulado mentes vulneráveis. Ao se associar ao extremismo, o jovem acreditou estar defendendo sua nação e raça, recorrendo à violência como um dever, transformando ódio em ideia e ação concretas.
Em tempos como esses, recordamos a emblemática frase de Dietrich Bonhoeffer: "O silêncio diante da maldade é a maldade". Enquanto sociedade, precisamos nos opor de maneira que faça os extremistas tremerem perante a possibilidade de serem descobertos: eles quem devem se esconder. Nós precisamos resistir.
Commentaires