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Dos grandes aos pequenos

A realidade da produção de leite em Campo Grande


Texto e Fotos: Daniel Baptista


A produção de leite é uma das principais atividades econômicas do Brasil, impactando diretamente na geração de empregos e renda. Presente em quase todos os municípios brasileiros, envolve mais de um milhão de produtores rurais, proporcionando empregos em diversos setores. A realidade da produção de leite em Campo Grande - MS envolve desde os grandes produtores até as propriedades familiares.


Produção de leite nacional


O Brasil produz em média 35 Bilhões de litros por ano e é o quarto colocado no ranking mundial de produtores de leite, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Índia e Paquistão. No Brasil, os três estados que se destacam como os principais produtores são São Paulo, Paraná e Minas Gerais. A Fazenda Colorado, localizada em Araras (SP) e pertencente aos herdeiros do fundador Lair Antônio de Souza, conquistou a primeira posição. Em 1982, foi inaugurado o Laticínios Xandô, que é a marca do leite tipo A. No ano passado (2022), a produção atingiu 33,8 milhões de litros, resultando em uma média diária de 92.657 litros de leite. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


Mato Grosso do Sul


O estado tem capacidade de produção de 1,34 milhões de litros por dia. A atividade leiteira em Mato Grosso do Sul vem sofrendo com redução de 47% no volume produtivo desde 2016, de 338 milhões para 174 milhões de litros por ano. No momento [LS2] o setor vive uma estabilização na produtividade. Atualmente o rebanho varia de 150 a 160 mil cabeças. Para mudar a realidade, o Estado necessita [LS3] por mudanças estruturais que vão da profissionalização da atividade, investimento em tecnologia, entre outras ações. O MS conta com cerca de 12 mil produtores, desde os sofisticados, até os mais humildes.

A maior parte dos colaboradores do estado são pequenos produtores, que não podem arcar com os custos da tecnologia e fazem tudo à moda antiga, trabalho manual, que necessita mais do esforço humano e consequentemente, o rendimento é menor.

Mato Grosso do Sul é o vigésimo no ranking de produção nacional de leite, em média 282.755 mil litros por ano, tendo 0.86% de participação no total do país. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)



Fazenda Serra Dourada


No Centro-Oeste do Brasil, em meio aos campos verdes e extensos do estado de Mato Grosso do Sul, a cidade de Campo Grande se destaca como um polo importante da indústria leiteira, contribuindo de forma direta para a produção nacional de leite. Por trás de cada xícara de café da manhã e cada queijo na mesa dos brasileiros, está a realidade complexa e desafiadora dos produtores de leite desta região.

A exatos 19 quilômetros da cidade, pela saída para Sidrolândia, passando por uma longa e esburacada estrada de terra, era uma madrugada fria na fazenda Serra Dourada, pioneira na produção de leite. Cirineu Hoffman é o gerente da fazenda, um homem alto, com trajes de cowboy e 48 anos. O primeiro passo do trabalho é a ordenha, em que é feita a retirada do leite das vacas. O local é como se fosse uma trincheira, um buraco de um metro e meio de profundidade, cavado em forma de retângulo com uma distância de uma ponta a outra de mais ou menos 20 metros, e lá ficavam três trabalhadores, chamados como ordenhadores, responsáveis por todo o processo. E dos lados, na parte de cima, ficavam as vacas, posicionadas de costas para os trabalhadores - no espaço delimitado cabiam 40 vacas, sendo 20 de cada lado. Assim que as vacas eram posicionadas, os ordenhadores colocavam um equipamento em cada teto da vaca para fazer a sucção do leite. Não é uma tarefa fácil, pelo fato de as vacas estarem de costas - por vezes, o animal pode dar coices, urinar e defecar nos homens que estavam trabalhando. “Rapaz, chega uma hora que você acostuma com o cheiro, claro que não é nem um pouco legal ficar levando mijada, rabada na cara e coice, tem dias que machuca, mas faz parte do nosso trabalho, é o nosso ganha pão.”, conta Daniel Silveira, um dos funcionários da ordenha.










Ordenha mecanizada


Eles começam bem cedo, às quatro da manhã o trabalho já estava sendo feito. “É o horário que a vaca já vai estar com as mamas cheias decorrente da ordenha passada, existe um intervalo de doze horas por ordenha, começamos às quatro da manhã e à tarde só às dezesseis, esse é um horário escolhido entre a equipe, mas é basicamente o mesmo horário com todos os outros produtores, é o que melhor se encaixa, o processo todo leva em média de duas horas.”.

São produzidos 2500 litros de leite por dia, um leite ordenhado de 260 vacas, todo o produto coletado passa por uma enorme tubulação que vai direto para um espaço separado com dois tanques armazenadores com capacidade de 1500 litros cada. Todo o leite coletado no dia seguinte, antes da ordenha, já é comprado por empresas locais que produzem derivados do leite.




Tanques de armazenamento


Quando tudo já tinha se encerrado, o sol já tinha nascido, era o horário do café da manhã, e Cirineu convidou para comer com ele e os demais funcionários. A fazenda fornece alimentação aos colaboradores, o espaço me lembrou casa de avó, mesa e banco de madeira, caneca e prato de vidro marrons, um pão caseiro que havia acabado de sair do forno e um café com leite no ponto. Após a refeição, os funcionários voltaram para limpar o espaço da ordenha, já que só retornariam para fazer o mesmo processo praticamente no fim da tarde e tudo deve estar devidamente limpo.

Adentrando ainda mais pelas terras da fazenda Serra Dourada, Cirineu apresentou o espaço onde as vacas ficam para descanso, era um barracão imenso, com ventiladores tão grandes quanto, água fresca, ração e dispersores de água para refrescar os animais que ali ficavam, com um corredor para movimentação humana no meio separando. “Tem dias que eu penso que as vacas são melhor tratadas que a gente que trabalha aqui.” ironizou Cirineu.

Todo esse cuidado no tratamento interferiria na qualidade do produto final. “O animal sempre tem que se sentir confortável, protegido do calor, do frio, do sol quente, sempre tendo acesso a água e comida, se ele não estiver bem tratado o leite com certeza não vai vir com uma boa qualidade e nem serviria para o consumo humano.”, completou Cirineu.












Local de descanso dos animais


No rebanho leiteiro da fazenda Serra Dourada grande parte das vacas tinham a mesma aparência, com uma coloração alaranjada e um porte menor em comparação a outras, são as vacas da raça Jersey. “Essa raça é chamada de Jersey, ela são muito mansas, são muito fáceis de domesticar, justamente por isso que apostamos nelas para a produção de leite, como elas se adaptam fácil com a gente, o leite que sai dela é melhor, além dela ter um aproveitamento econômico superior”, afirma Cirineu.

A vaca Jersey é recheada de pontos positivos para o produtor de leite, o principal deles é o que foi dito acima, a docilidade e adaptabilidade são os pontos fortes da raça, mas ela também tem a habilidade de parir precocemente, e isso ajuda a reduzir os custos de investimento até o primeiro parto, além dos períodos curtos entre cada cio, a maturidade sexual da Jersey é um dos destaques da raça. O leite é mais rico em proteínas e cálcio, com sabor e valor nutricional superiores, sendo altamente lucrativo na produção de queijo, manteiga e laticínios, sendo a vaca que produz mais leite comendo menos, produzindo em torno de 10% em comparação ao seu peso.

A fazenda Serra Dourada também possui outras raças de vacas leiteiras, uma delas é a Girolanda, com os pelos na coloração mais escura e um porte físico maior, também são boas produtoras de leite, mas precisam comer mais.


Vaca da raça Girolanda


Vaca da raça Jersey

Avanço tecnológico


Esse espacinho ganhou, com o tempo, aparelhos tecnológicos para facilitar e ter mais rendimento no trabalho. “Olha, eu demorei pra aceitar que isso era um bom investimento, no começo eu pensava que fosse uma perda de dinheiro, facilitou totalmente os trabalhos e melhorou a qualidade do leite.”.

No Brasil, a produção de leite tem avançado bastante com a ajuda da tecnologia. Os produtores com melhores condições estão usando equipamentos modernos para ordenhar as vacas de maneira mais eficiente. Além disso, usam tecnologias para monitorar a saúde das vacas, garantindo que estejam sempre bem.

Os avanços tecnológicos também auxiliam no controle da alimentação das vacas, assegurando uma dieta equilibrada para que produzam leite de melhor qualidade. Alguns agricultores usam até mesmo softwares para gerenciar a produção e garantir que tudo esteja funcionando da melhor forma possível. Essas inovações estão contribuindo para tornar a produção de leite no Brasil mais eficiente e sustentável.

A tecnologia também auxilia a armazenar o leite e envolve o uso de sistemas avançados de refrigeração. Após a ordenha, o leite é rapidamente resfriado e transferido para tanques de refrigeração, onde é mantido em temperaturas baixas para preservar sua qualidade.

Além disso, alguns sistemas modernos incluem sensores e monitoramento digital para controlar a temperatura do leite em tempo real. Esses dispositivos ajudam a garantir que o leite seja armazenado nas condições ideais, evitando qualquer comprometimento de sua qualidade.

Mas, sabemos que a realidade dos produtores de Mato Grosso do Sul não é das melhores, são poucos que possuem todo o acesso igual à fazenda Serra Dourada.


Laticínio


Cícero de Souza também mostrou o laticínio. É um espaço grande, com muitas máquinas, funcionários devidamente vestidos com roupas apropriadas para o local: botas de borracha, um avental branco e touca no cabelo. Enquanto estive lá, estavam produzindo leite engarrafado para venda e pude acompanhar o processo.

As garrafas vazias, com a marca da fazenda, eram colocadas em uma esteira, uma prensa as segurava e as garrafas eram levantadas para serem lavadas. Em seguida, ficavam de ponta-cabeça para escorrer o excesso de água. Voltavam para a esteira onde novamente outra prensa as segurava - esse era o momento de colocar o leite. A esteira continuou levando as garrafas, era uma das etapas finais, era colocado um lacre na boca de cada garrafa e em seguida a tampa. A esteira seguia com o produto finalizado até uma funcionária do laticínio que fazia o serviço manual de pegar as garrafas e colocar em uma caixa para em seguida serem armazenadas em uma câmara fria.


Processo de engarrafamento do leite


Pedro Gomes, mais conhecido como Pedrão, um rapaz alto, com a cara fechada e de 55 anos, é o encarregado do laticínio, responsável por toda questão burocrática da indústria, principalmente com a questão sanitária.

Em um laticínio, a limpeza e desinfecção regular de equipamentos e instalações são fundamentais. Isso inclui tanques de armazenamento, máquinas de ordenha, tubulações e áreas de processamento. O controle efetivo de pragas também desempenha um papel importante na prevenção de contaminação.

Os laticínios adotam padrões de segurança alimentar, seguindo normas e regulamentações específicas do setor. Isso inclui a implementação de boas práticas de fabricação (BPF) e o controle da temperatura durante o armazenamento e transporte do leite.

A conscientização dos funcionários sobre práticas higiênicas e a importância do cumprimento de protocolos sanitários é uma parte fundamental da garantia de qualidade. Treinamentos regulares e monitoramento constante ajudam a manter um ambiente seguro e livre de riscos para a produção de laticínios de alta qualidade.

Em última análise, as questões sanitárias não apenas atendem aos requisitos regulatórios, mas também asseguram a confiança dos consumidores na procedência e segurança dos produtos lácteos.

Pedro Gomes afirma que a higiene no trabalho é extremamente cobrada. “Aqui ninguém entra sem estar com as botas limpas, avental limpo, touca no cabelo e as mãos lavadas, mesmo que use luvas, aqui a higiene é extremamente importante, e eu deixo claro que quem não seguir essas regras, eu mando embora.”.



Leite engarrafado x leite de saquinho


Uma das distinções mais visíveis entre o leite de saquinho e o leite engarrafado é a embalagem. O leite de saquinho é frequentemente encontrado em pacotes plásticos, geralmente contendo um litro de leite. Esses saquinhos são mais maleáveis e ocupam menos espaço na geladeira. Já o leite engarrafado vem em recipientes de plástico mais rígidos ou em garrafas de vidro, proporcionando uma sensação de durabilidade.

O leite de saquinho é elogiado por sua praticidade de armazenamento. Os saquinhos são empilháveis e ocupam menos espaço na geladeira do que as garrafas, sendo uma escolha ideal para famílias com pouco espaço. Por outro lado, as garrafas de leite engarrafado são mais fáceis de manusear e menos propensas a vazamentos, tornando-as uma opção mais conveniente para alguns consumidores.

Quando se trata de questões ambientais, muitos consumidores consideram a sustentabilidade das embalagens. Os saquinhos de leite, por serem feitos de plástico mais fino, geralmente geram menos resíduos de embalagem do que as garrafas. No entanto, alguns defensores da sustentabilidade preferem o leite engarrafado, pois as garrafas de vidro podem ser recicladas mais facilmente e têm uma vida útil mais longa.

O fator preço é uma consideração importante para muitos consumidores. Em geral, o leite de saquinho tende a ser mais econômico em comparação com o leite engarrafado. Isso pode ser especialmente relevante para famílias que consomem grandes quantidades de leite regularmente.

Ambas as opções têm prazos de validade, mas algumas pessoas afirmam que o leite engarrafado tem um sabor mais fresco e uma vida útil mais longa. No entanto, é importante observar as datas de validade e as condições de armazenamento para garantir a qualidade do produto escolhido.


Pasteurização


A produção de leite, seja em saquinho ou garrafa, envolve uma série de etapas cuidadosas para garantir a qualidade e segurança do produto final. Uma das etapas críticas é a pasteurização, um processo crucial que elimina bactérias nocivas e prolonga a vida útil do leite.

No caso do leite de saquinho, a pasteurização é realizada antes de o leite ser embalado nos saquinhos plásticos. Esse processo é geralmente realizado por meio da pasteurização tradicional, em que o leite é aquecido a uma temperatura específica por um determinado período de tempo e imediatamente resfriado. A pasteurização no leite de saquinho ajuda a garantir a segurança alimentar, eliminando microrganismos indesejados.

Para o leite de garrafa, o processo de pasteurização também ocorre antes do envase, mas algumas variações podem existir. A pasteurização pode ser feita por meio de métodos como a pasteurização lenta ou a pasteurização alta temperatura curta (HTST). Na pasteurização lenta, o leite é aquecido a uma temperatura mais baixa por um período mais longo, enquanto na HTST, o leite é aquecido rapidamente a uma temperatura mais alta. Ambos os métodos têm o objetivo de eliminar bactérias indesejadas sem comprometer significativamente a qualidade do leite.


Saúde do animal


Como já dito anteriormente, o bem estar do animal é essencial para a qualidade do leite, mas juntamente com isso, a saúde também é de extrema importância. Um dos principais problemas dos produtores de leite é a mastite bovina, nada mais é que uma inflamação no tecido da glândula mamária da vaca, que pode ser causada por genética, idade, estresse, sistema imunológico, entre outras razões. Esse problema, então, pode ser evitado com uma boa alimentação do animal com os nutrientes necessários para o sistema imunológico da vaca se manter alto. O estresse também é um dos causadores dessa inflamação, mas na fazenda Serra Dourada, as chances de isso acontecer são baixas, já que o tratamento especial é levado muito a sério.

No período da tarde, chegou um homem em uma camionete, ele vestia uma camisa xadrez, calça jeans, tinha o olho claro e 41 anos, era o veterinário da fazenda, Reinaldo Vicente. De uma forma descontraída, pegou meu caderno de anotações e disse que ia anotar tudo que eu precisava saber, porque ele não gosta de falar com a imprensa.

“As vacas leiteiras, elas têm uma necessidade maior de em relação a alimentação, algumas raças comem menos e outras mais, mas a alimentação é basicamente silagem de milho com sorgo, não tem uma quantia certa, elas comem à vontade, até porque a gente não consegue separar uma quantia certa para cada animal.”.


-Como é feita essa silagem?


-A silagem é como uma comida especial para as vacas. É feita cortando plantas, como o milho, em pedaços pequenos e deixa eles fermentando em um lugar fechado. Isso cria uma espécie de ensilagem que as vacas podem comer durante o ano todo. A silagem ajuda as vacas a terem uma alimentação equilibrada, mesmo quando o pasto está seco, sem grama. É como guardar um lanche nutritivo para as vacas, garantindo que elas tenham sempre algo saudável para comer.

Reinaldo mostrou o local que é usado para a armazenagem da silagem durante o ano todo. Era um buraco imenso, muito grande, com mais ou menos 30 metros de profundidade, 60 metros de largura e 80 metros de comprimento, tinham dois buracos assim. Não estava cheio, já estava perto do fim, o alimento das vacas era fechado por um lona e fixada com pneus.

A silagem tem um cheiro muito forte, por se tratar de uma mistura de milho e outras folhagens que ficam fechadas e fermentadas durante o ano inteiro, não é algo muito bom de se sentir.


Silagem coberta por lona


Pequenos produtores


Em meio aos verdes campos e a poeira das terras, a 50km da movimentada cidade de Campo Grande, encontra-se o assentamento de Santa Mônica. Entre as paisagens pitorescas, surge a figura resiliente de Josemar Fagundes, um pequeno produtor de leite que personifica a tradição rural e a dedicação à terra.

Aos 68 anos, Josemar é o orgulhoso proprietário de 12 vacas leiteiras da nobre raça Jersey, conhecida por sua produção rica em laticínios. Sua rotina inicia-se com o amanhecer, após o café da manhã, o sol já havia nascido na sua pequena propriedade. Em meio ao mugir suave das vacas, Josemar faz suas tarefas diárias com facilidade, experiência adquirida ao longo dos anos.

De estatura baixa, Josemar é um homem de presença admirável. Seus olhos castanhos refletem a paixão que nutre por suas vacas e pelo trabalho duro que desempenha todos os dias. A pele clara e enrugada é testemunha do tempo dedicado à lida no campo, marcada pelo sol escaldante e pelo vento que molda o rosto do agricultor.

Em uma conversa descontraída, Josemar compartilha a intimidade de seu cotidiano. "Cada vaca tem seu nome e personalidade, essa aqui é a Geovana", diz ele, enquanto acaricia carinhosamente uma das suas vacas. "Elas são como membros da família, e eu cuido delas com o mesmo amor e dedicação." O leite produzido em sua pequena propriedade é sinônimo de qualidade, resultado da atenção minuciosa dedicada ao bem-estar com cada uma das vacas e à prática de métodos tradicionais de ordenha.

Fui adentrando pela propriedade e ele permitiu conhecer o espaço, as vacas ficavam em um pasto aberto, cheio de capim, com algumas árvores e um cocho com água. O local em que ele fazia a retirada do leite, era basicamente o quintal de sua casa, um espaço também aberto, mas com pouca grama, um banco de madeira e um balde de metal, tudo era muito simples mas bem limpo e cuidado.

Além da ordenha cuidadosa e do manejo atencioso de suas vacas, Josemar encontrou uma maneira única de incorporar sustentabilidade ao seu negócio. Ele revela com entusiasmo que reutiliza garrafas PET de refrigerantes para armazenar e vender seu leite fresco.

"Nada se perde por aqui", diz Josemar, sorrindo. As garrafas PET, muitas vezes descartadas como resíduos, ganham uma segunda vida em suas mãos. Limpas, higienizadas e prontas para uso, essas garrafas tornam-se recipientes ideais para o leite que flui diretamente de suas vacas para a mesa dos vizinhos da comunidade.

Essa prática não apenas reduz o desperdício de plástico, mas também oferece uma alternativa econômica e ecológica aos métodos convencionais de embalagem. "É um ciclo completo", explica Josemar. "Nós cuidamos da terra, das vacas, e até mesmo das embalagens, garantindo que tudo seja feito com respeito à natureza." Vizinhos locais aplaudem a iniciativa de Josemar, reconhecem a qualidade do leite e também o comprometimento com a ecologia.

Josemar vende cada garrafa de dois litros de leite por dez reais. O leite é retirado direto da vaca e só pode ser consumido após o leite ser fervido.

Benício Fagundes, de seis anos, neto de Josemar, é apaixonado pelo trabalho feito pelo avô, e sempre que pode, acompanha de pertinho o passo a passo e garante o seu copinho de leite matinal.


Benício: infância com o leite garantido


A importância do leite nas nossas vidas


O leite é um daqueles alimentos que muitos de nós crescemos consumindo diariamente. Além de ser uma delícia, o leite desempenha um papel crucial em manter nosso corpo saudável e forte.

O leite é uma verdadeira fonte de nutrientes essenciais. Ele contém cálcio, que é fundamental para ossos e dentes fortes. Além disso, é rico em proteínas, que ajudam a construir e reparar os músculos. Com uma simples xícara de leite, você está dando ao seu corpo uma dose de nutrientes importantes para o seu dia a dia.

Estudos mostram que o consumo regular de leite pode ajudar a prevenir doenças. O cálcio no leite não apenas mantém os ossos saudáveis, mas também desempenha um papel na prevenção de condições como a osteoporose.

Pela manhã ou como lanche da tarde, um copo de leite pode ser a energia que você precisa para enfrentar o dia. Os carboidratos presentes no leite fornecem uma fonte rápida de energia, mantendo você ativo e alerta. De acordo com o site do Brasil Escola.

Além de tudo isso, o leite é um grande amigo para as mulheres que estão na menopausa. Durante a menopausa, há uma diminuição na produção de estrogênio, o que pode levar à perda de densidade óssea. O leite é uma excelente fonte de cálcio, fundamental para a saúde dos ossos. Ao incluir leite na dieta diária, as mulheres podem ajudar a manter a densidade óssea, prevenindo problemas como a osteoporose.

O leite frequentemente é enriquecido com vitamina D, crucial para a absorção de cálcio e essencial para a saúde óssea. Além disso, a vitamina D desempenha um papel importante no suporte ao sistema imunológico, algo particularmente relevante durante a menopausa, quando a imunidade pode ser desafiada.

E também pode contribuir para o bem-estar emocional durante a menopausa. O triptofano, um aminoácido encontrado no leite, é um precursor da serotonina, conhecida como a "substância química do bem-estar". Isso pode ajudar a melhorar o humor e aliviar os sintomas emocionais associados à menopausa. De acordo com o site da UOL.

Em resumo, o leite não é apenas uma bebida comum. É um super-herói discreto na sua geladeira, pronto para nutrir, fortalecer e manter você saudável. Então, da próxima vez que saborear um copo de leite, lembre-se de que está dando ao seu corpo um impulso de bondade simples, mas poderosa.


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