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Talentos inexplorados ganham espaço para se desenvolver em Festival de Ginástica

Lívia Medina e João Vitor Marques





Em posição de equilíbrio e flexibilidade, com o auxílio dos alunos, as crianças praticam o movimento “avião”, que é quando permanecem com uma perna na trave e a outra estendida atrás, com os braços abertos. Apesar da dificuldade e inexperiência, são nítidos a alegria e o brilho no olhar dos participantes ao terem êxito nas atividades.

Há menos de 500 dias para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, uma das modalidades mais aguardadas pelos torcedores brasileiros é a Ginástica Artística, que sempre rende bons momentos e medalhas. Mas, os amantes do esporte estão sempre na expectativa para os novos talentos que surgirão para as próximas edições dos jogos. Muitos desses talentos iniciam no esporte como uma brincadeira, em um tempo de lazer.

Foi com o intuito de apresentar às crianças um pouco da ginástica que a professora Sarita Baccioti, do curso de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), organizou um Festival de Ginástica durante a programação do Festival Mais Esportes da UFMS. A atividade também serviu como avaliação para os alunos de uma das disciplinas ministradas pela professora na instituição.



O Festival Mais Esportes, que acontece todos os anos durante o calendário acadêmico da UFMS, tem como objetivo principal promover ações para a prática de atividades físicas, práticas esportivas e possibilitar uma interação da comunidade universitária com o público externo, independente da faixa etária. Ao longo de uma semana, o evento abriga atividades previstas para crianças, adolescentes, adultos e idosos, além dos universitários que são atletas e os não atletas, de forma muito ampla e não só pensando em competição.

Sarita Baccioti explica que a ginástica serve como base também para outros esportes por conta de sua característica de ensino do conhecimento e controle corporal, muito valorizados dentro da ginástica. “A criança que consegue conhecer as potencialidades do seu corpo, é capaz de aprender a controlá-lo em diversas posições, em diversas alturas, e isso contribui muito para o seu desenvolvimento motor e para a prática de outras atividades ou modalidades esportivas”.

O festival começou com um aquecimento, coreografias de músicas infantis e um alongamento para as crianças. Depois, as participantes foram divididas em cinco grupos para conhecer cada uma das estações de ginástica disponíveis na Academia Escola de Ginástica e Lutas da UFMS, no caso, Solo, Salto, Paralelas/Barra Fixa, Trave e Espaldar Taquinhos. Em cada uma das estações, os acadêmicos de Educação Física se basearam para as atividades nos seis fundamentos básicos da ginástica: deslocamento, salto, aterrisagem, rotação, posição estática e balanço.

A melhor forma que os estudantes encontraram para passar às crianças um pouco da ginástica foi através de brincadeiras já conhecidas, mas de forma adaptada para transmitir os ensinamentos. Com as brincadeiras do morto-vivo e pega-pega, por exemplo, os participantes replicavam as posições do carpado, grupado, selado e estendido, que os ginastas utilizam em suas apresentações.

Vinícius Henrique Ortega, estudante do primeiro semestre de Licenciatura em Educação Física, afirma que o seu grupo se baseou para a preparação do Festival em uma filosofia conhecida na ginástica, a dos 4 F da Ginástica para Todos (GPT). A GPT é um projeto criado pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) para divulgar a prática pelo mundo e engloba programas de atividades no campo da ginástica (com e sem aparelhos), dança e jogos, conforme as preferências nacionais e culturais, sem fins competitivos.



A GPT possibilita a participação de muitas pessoas ao mesmo tempo, independentemente da idade e condição física, e é muito utilizada no Ensino Infantil. “Nós utilizamos muito os 4 F, que vem do inglês e são o Fun, que envolve a diversão e o lúdico, o Fitness, ligado ao preparo do corpo, o Friendship, para a amizade e interação entre as crianças, e o Fundaments, que envolve os fundamentos das várias áreas da ginástica”, conta Vinícius.

E dentre as dezenas de crianças que participaram da atividade pode ser que estejam escondidos novos Diegos, Danieles ou Rebecas, talentos inexplorados à espera de uma oportunidade para se desenvolver no esporte. Uma das participantes, a menina Dayane Laura Bogarin, de 11 anos, inclusive já tem nome de estrela do esporte.



A xará da campeã mundial Daiane dos Santos demonstrou interesse em voltar mais vezes a um centro de ginástica. “Eu sempre quis fazer, vim para me divertir, mas aprendi as posições e gostei muito do salto. Achei muito divertido, vou querer fazer ginástica mais vezes”. E a mãe dela, Laura Bogarin, que acompanhou a participação da filha no Festival com brilho nos olhos, apoia. “Ela sempre gostou de ginástica, de fazer exercícios, mas na escola não teve oportunidade de fazer, então sempre que quiser pode voltar.”

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