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UFMS: zona de perigo para a dengue

Atualizado: 1 de jun. de 2023

Estudantes reclamam de focos do mosquito no campus e Universidade promove treinamento para servidores


Isadora Colete, Julia Nogueira Padilha, Murilo Medeiros, Pietra Dorneles


Alunos prejudicados, insegurança, dores, febre e danos à aprendizagem. Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) relatam haver um acúmulo de lixo no campus, com água parada, e suspeitam ter contraído dengue na universidade. A instituição realizou no último dia 20 um treinamento para combate ao mosquito Aedes Aegypti na Cidade Universitária. Os 82 servidores terceirizados que participaram do treinamento foram capacitados para localizar os pontos e fazer a eliminação dos focos do mosquito Aedes Aegypti. Eles serão responsáveis por realizar vistorias a cada 15 dias com o objetivo de eliminar possíveis criadouros do mosquito.

Eduardo Henrique, estudante do sétimo semestre do curso de História da UFMS, acredita que pegou dengue na universidade. “É o único lugar que eu frequento fora a minha casa, onde tomamos os cuidados de prevenção”. Ele conta que observou focos de dengue no campus. “Já vi alguns pontos com água acumulada que podem ser focos”.

Ian Netto, acadêmico de Jornalismo, também pensa que pegou dengue na UFMS. Ele diz que existe muito mato ao redor da universidade, além de lixo não recolhido, que são possíveis focos do mosquito. A universitária Alexandra Cavalcantti pegou dengue logo no início deste ano letivo e observou que a grama estava bastante alta, mesmo após a volta às aulas.

Segundo o membro da Comissão de Assessoramento de Controle de Endemias Vetoriais da UFMS, Márcio de Aquino, o último treinamento foi realizado em 2021, retornando somente em 2023. Alexandra sente falta de modos de combate à dengue no campus. “Desde que entrei, não me lembro de ver uma campanha para limpeza e combate dos focos”, diz a aluna que ingressou em 2020. Os três universitários passam muito tempo na UFMS e consideram que isso os torna mais suscetíveis a contrair a doença. Os estudantes veem a universidade como uma zona de perigo para a dengue. “Como a gente está todos os dias ali, é óbvio que uma hora ou outra aconteceria, principalmente quando não há um tratamento sério”, denuncia Ian.

Eduardo lamenta os sintomas provocados pela doença. “Horrível, fiquei alguns dias sem conseguir dormir, sintomas fortíssimos como muito vômito e febre, dor pelo corpo todo e a maior fraqueza que já senti”. Situações como essa afetam o rendimento dos alunos, que precisam se afastar de suas atividades acadêmicas. Ian, por exemplo, precisou faltar por três semanas.


Foto: Pixabay



ESPECIALISTAS EXPLICAM


Segundo Alexandre Bertucci, médico infectologista do Hospital Universitário da UFMS, o vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito e, assim que ele chega à circulação sanguínea causa uma resposta inflamatória no organismo. Em casos mais graves, a dengue pode ser do tipo hemorrágico. O enfermeiro epidemiologista Everton Falcão explica que em caso de suspeita de dengue, principalmente ao sentir sintomas como febre, dor muscular e manchas avermelhadas pelo corpo, deve-se procurar assistência médica.

Geralmente, o tratamento é baseado no controle dos sintomas, repouso e hidratação.

O principal método preventivo é a eliminação do mosquito causador da doença, o Aedes Aegypti. É importante interromper o ciclo reprodutivo do vetor, eliminando pontos com água parada, onde ele põe seus ovos, que resultam em larvas. “A melhor maneira de prevenir a doença é com educação ambiental, uma vez que para que o vírus continue sendo transmitido, é necessário que o mosquito esteja presente no ambiente”, explica Everton Falcão.

Além disso, Alexandre Bertucci ressalta a necessidade da ação individual para evitar a doença. O uso de repelentes, inseticidas e mosquiteiros pode ajudar a evitar a picada do mosquito. Em fevereiro deste ano, a Anvisa aprovou o registro de uma nova vacina para

a prevenção da dengue. A vacina confere uma ampla proteção contra a doença. O produto está destinado à população acima de quatro anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade. No Brasil, a vacina deve estar disponível na rede privada a partir do segundo semestre deste ano; não há previsão do cronograma de vacinação pelo SUS.

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