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Vacinação contra a dengue segue baixa na Capital

Desconfiança e negacionismo estão afastando as crianças e adolescentes dos imunizantes


Texto e fotos: Alexandra Cavalcanti e Lauren Netto




Vacina está disponível para o público de maior incidência da Dengue


Com a campanha de imunização contra a dengue em curso há mais de um mês em Campo Grande e ainda com a faixa etária ampliada para jovens de 10 a 14 anos, a baixa procura por vacinação tem se tornado um desafio crítico para as autoridades. Apesar de ser uma das faixas-etárias mais incidentes de casos, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), dados recentes da Secretaria de Vigilância em Saúde revelam que apenas 6.822 doses foram administradas na capital até agora.

A secretária da divisão de imunização, Joseane Recalde, acredita que dentre os fatores que podem estar intervindo na procura o clima esteja influenciando na campanha.  Segundo ela, com o clima seco o ambiente favorável para a reprodução do mosquito tem sido reduzido, o que contribuiria para a diminuição dos casos de dengue. No entanto, essa relativa tranquilidade também tem influenciado na baixa adesão à vacinação, uma vez que a percepção de risco entre a população tende a diminuir em períodos de baixa incidência da doença. 


Desconfiança e mitos

 

Outro fator de influência para a baixa procura da vacina está relacionado a um movimento antivacina global, comenta a infectologista Mariana Croda. "Há décadas estudamos vacinas contra a dengue e estamos finalmente tendo a oportunidade de vivenciar isso na saúde pública. Infelizmente, a baixa adesão de crianças e adolescentes demonstra o desconhecimento do perigo da doença para esse público por parte dos pais e responsáveis".

O Brasil sempre foi referência em programas de vacinação bem-sucedidos, alcançando consistentemente metas acima do proposto. No entanto, nos últimos anos, o país testemunhou uma ascensão do negacionismo, alimentado por vozes que questionam a segurança e a eficácia das vacinas. Autoridades públicas, incluindo políticos, têm desempenhado um papel significativo ao levantar dúvidas infundadas sobre os imunizantes, alimentando teorias da conspiração e minando a confiança da população.

Lissandra Baron, servidora pública e mãe de Julia Baron, de 13 anos, está entre os que compõem esse grupo. "Até o momento, optamos por não vacinar Julia. Estamos avaliando com cuidado todas as informações disponíveis e buscando um maior entendimento sobre o assunto. Para nós, esta decisão não se resume a uma questão de ser 'a favor ou contra' a vacinação, mas sim à necessidade de aprofundar nosso conhecimento sobre o tema."

De modo semelhante, Letícia Vieceli, que é mãe de Helena, de 12 anos, também expressa ressalvas em relação à vacina Qdenga. Influenciada por uma nota técnica do Ministério da Saúde republicada por um perfil no instagram, ela enfatiza: "Já saiu uma

notícia oficial de reações adversas a esta vacina Qdenga, não sou contra vacinas, apenas precavida."


Laura Cardoso e seu filho Luís: "carteirinha de vacina sempre em dia"


Em contrapartida, Laura Cardoso Francisco, 35 anos, levou seu filho para ser vacinado assim que a imunização para a faixa etária foi disponibilizada no seu bairro. Como técnica de enfermagem na Santa Casa, ela destaca a importância da vacinação, especialmente após ter enfrentado a doença e sido hospitalizada. Laura garante que seu filho esteja com todas as vacinas em dia, priorizando sua proteção contra diversas enfermidades.

 

Esse movimento de descrença no sistema de imunização foi exacerbado durante a pandemia da covid-19, quando se disseminaram informações falsas e teorias da conspiração sobre as vacinas. Infelizmente, essa desconfiança persistiu, afetando não apenas a percepção das vacinas contra o coronavírus, mas também outras, como a vacina contra a dengue.

Como funciona a vacina?

A Qdenga (TAK-003) é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023.

 

A vacina Qdenga pode ser administrada em indivíduos de 4 a 60 anos de idade como medida preventiva contra a dengue, independentemente de exposição prévia à doença e sem a necessidade de teste pré-vacinação. O imunizante contém o vírus da dengue atenuado, incapaz de causar a doença. Composta por quatro sorotipos do vírus, a vacina é administrada em duas doses, com um intervalo de 90 dias entre elas. Estudos clínicos indicam uma eficácia de 80,2% contra a dengue, proporcionando proteção por até 12 meses após a aplicação das duas doses.

 

Em Campo Grande, o imunizante já está disponível em mais de 40 unidades básicas  e de saúde da família espalhadas pelas sete regiões urbanas do município. O horário disponível para imunização é de 7h15min às 10h45min e de 13h às 16h45min. As unidades de saúde ou termo de autorização para vacinação podem ser consultados no site da sesau: https://www.campogrande.ms.gov.br/sesau/


Locais e horários de vacinação

7h15 às 10h45 e de 13h às 16h45


Centro

UBS 26 de Agosto


Segredo

UBS Cel Antonino

C.F Nova Lima

USF São Francisco

USF Jd. Presidente

USF Estrela do Sul

USF Vida Nova


Bandeira

USF Universitário


Imbirussu

USF Zé Pereira

USF Silvia Regina

USB Popular

USF Aero Itália

USF Ana Maria do Couto

USF Serradinho


Prosa

USF Noroeste

USF Marabá

USF Mata do Jacinto

USF Nova Bahia

USF Estrela Dalva


Anhanduizinho

UBS Dona Neta

USF Alves Pereira

USF Cohab

USF Mario Covas

USF Paulo Coelho Machado

USF Macaúbas

C.F Iracy Coelho

USF Aero Rancho IV

USF Aero Rancho Granja

USF Parque do Sol

USF Dom Antônio

USF Botafogo

USF Nova Esperança


Lagoa

USF Bonança

USF Buriti

USF São Conrado

USF Tarumã

USF Vila Fernanda

USF Antártica

USF Batistão

USF Coophavilla II

USF Santa Emília

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